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Paloma Tocci diz que sofreu 'preconceito' por beleza e refuta lado maria-chuteira: "Nunca peguei jogador"

UOL Esporte

07/11/2012 12h20

Paloma troca alianças com Lucas, do São Paulo, em brincadeira do "Deu Olé" (Foto: Reprodução)

Em um universo conhecido como 'machista', uma jornalista conseguiu, aos poucos, conquistar seu espaço no meio esportivo. Apresentadora da TV Bandeirantes, Paloma Tocci, de 30 anos, superou, como algumas outras mulheres, o preconceito no meio de trabalho. No começo de sua trajetória na profissão, Paloma conta que teve de superar 'olhares tortos'  e julgamentos pela beleza.

"Quando você começa a crescer, sempre têm aqueles que olham torto e começam com fofoquinhas, dizendo que 'fez alguma coisa' para subir. Infelizmente, nunca é pela capacidade. E eu sofri com isso também. As pessoas atacam para se defender. Até eu mostrar que estou aqui para trabalhar e não para buscar fama, levou tempo. Hoje sou respeitada", afirmou a jornalista, ao UOL Esporte.

Atualmente, ela apresenta todo sábado o "Deu Olé" ao lado de Felipe Andreoli e do ex-jogador Denilson, dois que conhecidamente esbanjam bom humor e abusam das piadas. O programa, aliás, é tratado por Paloma como "o grande desafio" por ser mais descontraído. "Sempre tive uma postura mais séria, embora seja extrovertida também. O pessoal que trabalha comigo olhou e falou: 'para de ser assim, de levar tudo tão a sério'. Valeu para eu começar a curtir mais o programa, a sátira", disse.

Confira a entrevista com a jornalista:

Você chegou a sofrer com preconceito no meio do jornalismo?

Não vou negar que no começo existiu o preconceito, o olhar torto no meio em que os homens predominam e julgam um pouco. Até eu mostrar que estava lá para trabalhar e nada além disso, levou tempo. Mas eu conquistei isso. Hoje me respeitam e respeitam a minha postura.

E os jogadores, respeitam você ou tem xaveco, etc?

Deixo claro e falo de boca cheia que nunca me envolvi com jogador de futebol. Não sou contra, quem está no meio está sujeito a isso. Mas não é a minha postura. Não gosto deste tipo de envolvimento. Prefiro minha carreira, levou tempo para conquistar meu espaço para desperdiçar.

Sempre existem os boatos…

Boatos existem, mas são de pessoas maldosas. Os caras (jogadores) me respeitam, sabem que estou ali para trabalhar. Nunca saí com um jogador.

Recentemente, aliás, teve aquela história de o Lucas, do São Paulo, te xavecar, te pedir em casamento. Foi sério aquilo?

Não, não. Foi só na brincadeira mesmo. Aquilo para mim era um absurdo até um tempo atrás, por causa da minha postura. Só que pelo espaço que conquistei, me permiti não me levar tão a sério mais. Quem me vê, hoje, não me olha como maria-chuteira. E o legal naquela história foi que o Lucas comprou a brincadeira. É bacana quando o jogador 'sai da embalagem', do discurso pronto.

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Como é aquela pressão de "não ser só mais um rostinho bonito na TV"? Existe isso por trabalhar no futebol?

Existe, principalmente no futebol. O cara que está assistindo não é bobo. Sabe se você lê, se você é apaixonada. Para trabalhar com esporte você tem que amar, sentir o futebol. Tenho amigo que assiste jogo e não se arrepia. Na final da Eurocopa, uma amiga do meu lado estava fazendo a unha, e eu completamente arrepiada. Eu tenho que fazer o tipo de pergunta que o telespectador quer ouvir. Entender de futebol, do momento, times, táticas, é o mínimo que posso fazer.

Você disse que no começo teve preconceito por ser mulher, etc. E quando começou a se consolidar, existiu algo assim?

Quando você começa a crescer, sempre têm aqueles que olham torto e começam com fofoquinhas, dizendo que 'fez alguma coisa' para subir. Infelizmente, nunca é pela capacidade. E eu sofri com isso também. As pessoas atacam para se defender. Até eu mostrar que estou aqui para trabalhar e não para buscar fama, levou tempo. Mas não sei explicar como consegui me consolidar. Ao longo dos anos, tentei levar em conta meus valores, o que aprendi em casa. Ser honesta e grata com quem me ajudou. Tudo é questão de postura. As pessoas observam o seu comportamento. Quando segue seus princípios, dá certo. Sempre tem alguem querendo derrubar. Já chorei muito com boatos e quase meti a mão na cara quando descobri…

Como assim? Brigou por coisa que falavam de você?

Sim, sim. Tive que subir na sala de diretor, até. Na Rede TV, briguei com uma menina por boatos. Criaram o boato, a coisa começou internamente, se espalhou e foi parar no Centro de Treinamento do clube. Sorte que tenho amigos que ficaram sabendo e me falaram. Fui ligando as coisas, aí na Rede TV brincaram, pois eu ia sair para entrevistar justamente o jogador… Não quis saber, bati boca mesmo. Meti o dedo na cara dela e falei: "Quem você pensa que é para me difamar?". E assim você ganha o respeito. Agora vão pensar três vezes antes de falar de mim. Infelizmente, tem gente traíra no meio, gente do mal, que inveja a postura.

Ao longo desses seus anos como jornalista, qual foi a cobertura mais prazerosa que você fez?

Foi na Olimpíada de Pequim, em 2008. Foi um teste físico e emocional muito duro. Eram muitas horas de trabalho, com volume intenso de matéria. Me alimentei mal pela correria. Mas foi muito prazeroso. Entrevistei Rafael Nadal, Kobe Bryant, vi grandes astros do esporte. No fim, valeu todo o sacrifício. E no futebol foi a Copa das Confederações, em 2009. É inesquecível acompanhar a seleção brasileira.

E a melhor entrevista? Consegue destacar?

Foi em Pequim também. Estava na final do basquete, Estados Unidos x Argentina. Conversando com um jornalista argentino, ele me disse que o Maradona ia chegar em instantes. Fiz um baita esquema com o cinegrafista, furamos o bloqueio da segurança, escondi microfone, câmera. O jogo já tinha começado e nada do cara. Dali um tempo, vi ele chegando. Falei que era do Brasil e fiz uma entrevista de uns 15 minutos. Foi inesquecível. Além de ser exclusiva, é a sensação de estar ao lado de um ídolo.

 

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