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Reprise de "Que Rei Sou Eu?" mostra aula de futebol de Roberto "Dynamite": "Não tinha uma fala, mas foi legal"

UOL Esporte

06/09/2012 11h57

Ricardo Zanei, do UOL, em São Paulo

Roberto Dinamite não é apenas o maior ídolo, o principal artilheiro e o atual presidente do Vasco. O ex-atacante é tido para Charles Miller, o pai do futebol brasileiro, como o exemplo ideal de um grande jogador. A história é verídica, pelo menos se você acredita em tudo que acontece no Reino de Avilan, palco de "Que Rei Sou Eu?", novela de sucesso veiculada em 1989 pela "Globo" e agora reprisada pelo canal "Canal Viva".

Em um dos capítulos, que foi ao ar recentemente, Miller, interpretado por Luis Gustavo, é enviado pela Rainha da Inglaterra para vender um tal de futebol aos nobres Gaston (interpretado por Oswaldo Loureiro), Crespy (Carlos Augusto Strazzer) e Bidet (John Herbert). Segundo ele, com um belo sotaque inglês, o esporte pode ser chamado de "ópio do povo", já que tem o poder de fazer a população esquecer "a fome, a miséria e as doenças".


Foto: Reprodução de TV

O diálogo tem mais de 20 anos, mas mantém atual. Frases como "o juiz estregar qualquer jogo" ou "você pode ganhar dinheiro a dar com pau, se você consegue vender um cabeça de bagre para o exterior, vai ficar rico" estão presentes na cena.

Fotos: Reprodução de TV

Fotos: Reprodução de TV

Depois da explicação teórica de Miller, com direito a prancheta pré-Joel Santana, é a vez da aula prática. Para isso, entra em cena Roberto Dinamite, ou melhor, Bob Dynamite. Em 1989, ele tinha 35 anos e já era um jogador dos mais consagrados. Na novela, é o exemplo de sucesso nos gramados.

A aparição em "Que Rei Sou Eu?" foi inédita na carreira de Dinamite. "Participei de alguma outra coisa, de programas com Didi e Chico Anysio, mas convite para fazer novela foi só aquele. Não era a minha praia, mas me senti honrado em receber o convite de pessoas de uma área tão importante da TV. Minha praia era jogar futebol, fazer gols, e a TV acontecia uma vez ou outra."

Vestindo um uniforme da seleção brasileira – "que, infelizmente, não vê a cor do título há muito tempo", lembrou Miller -, Dynamite mostra suas habilidades. Miller diz que nem todos os jogadores "têm intimidade com a bola", enquanto o craque faz embaixadinhas e joga a redonda para os nobres, abismados com sua capacidade de brincar com ela. Tudo sem falar uma palavra sequer.

"Foi interessante, engraçado até. Não tinha fala, mas foi legal. Era uma sátira sobre o futebol", disse Dinamite, e não Dynamite, que hoje divide seu tempo entre a presidência do Vasco e o cargo de deputado estadual pelo PMDB do Rio de Janeiro. "Muita gente me assistiu na TV recentemente e vem comentar, falar que viu. É muito bom. Foi uma experiência nova, tudo que é novo é sempre bom."

O ex-jogador até traçou uma ligação entre o mundo da bola e da TV. "Acho que participar da gravação de uma novela é muito gratificante, é uma coisa que tem uma relação até muito parecida com o futebol. Os atores gostam, jogam, montam aquele 'time dos atores' e têm uma relação muito próxima com seus times de coração."

De volta ao "mundo real" de Avilan, Miller deixa claro que, com o futebol, dá para encher estádios com mais de 100 mil espectadores, "todos pagando muito bem caro, porque o povo gosta de se divertir pagando muito bem caro e nem percebe que está com o bolso vazio". "Rende muito dinheiro para todos, menos para o povo, que fica com a alegria do gol, que também é raro", completou o pai do futebol, antes de deixar Avilan ao lado de Dynamite. Vale lembrar que novela "é uma obra de ficção, e qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações terá sido mera coincidência".

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