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Em meio ao gol "fala muito", Casagrande se emociona e destoa em transmissão global

UOL Esporte

05/07/2012 06h00

A América, enfim, é do Corinthians. Foram 14 jogos para conquistar de forma inédita e invicta o título da Libertadores, todos com transmissão na TV aberta pela Globo. Se o primeiro jogo da final foi marcado por exageros, a vitória por 2 a 0 sobre o Boca Juniors, nesta quarta-feira, voltou ao padrão global. Casagrande foi o lado emotivo da transmissão, com direito a voz embargada. Já os microfones captaram uma curiosa discussão entre o meia Riquelme e o técnico Tite, com direito ao uso do bordão "fala muito" pelo comandante corintiano antes do primeiro gol.

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Curiosamente, a transmissão global foi mais equilibrada no jogo decisivo do Pacaembu que no primeiro duelo na Argentina. Desta vez, o narrador Cléber Machado foi mais comedido nas críticas aos rivais corintianos. A frase mais forte foi: "O Boca sabe jogar, mas algumas jogadas, de vez em quando, são desleais". As participações de Caio Ribeiro e Arnaldo Cézar Coelho foram discretas, e coube a Casagrande dar o tom de emoção para a noite histórica.

Em sua primeira participação, o ex-atacante alvinegro decretou: "Tem que ganhar", antecipando o grito "Vamos Corinthians! Esta noite, teremos que ganhar!", repetido pela torcida em toda a partida. No primeiro tempo, ele ainda reclamou que o time estava atacando pouco, que o jogo estava "amarrado" e que o Boca estava gostando demais da maneira como o Corinthians atuando.

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Mas foi na segunda etapa que a narração esquentou. Antes do primeiro gol, que nasceu de uma falta cometida por Riquelme, os microfones da Globo flagraram uma discussão entre o meia e Tite. Na transmissão, deu para ouvir claramente o treinador gritar "fala muito, fala muito". A frase virou bordão e até camiseta em um bate-boca com o palmeirense Luiz Felipe Scolari na segunda semifinal do Paulista do ano passado. "Eu cheguei a ouvir um 'fala muito' aí?", perguntou Cléber. "Ouviu sim", respondeu o repórter Mauro Naves, antes de a bola ser alçada na área, e Emerson abrir o placar.

Logo após o lance, Casagrande disse o que muito torcedor pensava. "É o momento de ir para cima, decidir o jogo, mostrar quem manda em casa", afirmou. Emerson marcou de novo, e o comentarista não se conteve. "Tem que fazer o terceiro para fechar no caixão."

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Com a proximidade do fim da partida, o ex-jogador, com a voz embargada, não escondeu a emoção. "Cléber, eu parei de jogar em 1994, e nunca mais me deu vontade de voltar. Mas hoje eu gostaria muito de estar dentro de campo", disse, repetindo o que havia afirmado antes da final à rádio Estadão ESPN.

Foi só a partir dos 40min que Cléber começou a falar em título. "Tá chegando a hora", antecipou, aos 43min. Ao apito final, o narrador soltou a voz. "Chegou a hora de soltar o grito. Solta a voz o torcedor do Corinthians. Campeão da Libertadores da América, 35 anos depois da primeira participação, em 77. Na 10ª edição, chega de ouvir gozação, de sofrer, chega sim em 2012 com uma campanha invicta."

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"Qual foi o lema da Libertadores? Vai Corinthians? Foi! Chegou!", disse Cléber. Foram 140 dias entre a estreia e o título inédito. Na TV, foi uma campanha com erros e acertos, altos e baixos, mais ou menos como a trajetória corintiana. Ao fim da transmissão, à 0h30, após quase 40min de cobertura da comemoração no gramado, Cléber agradeceu a audiência – aliás, recorde no ano para a emissora. A festa da Globo na Libertadores chegava ao fim. A do Corinthians, apenas começou.

Ricardo Zanei
Do UOL, em São Paulo

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