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ESPN abre série com "O Salto de Adhemar" e dá 1º passo para recuperar história olímpica do país

UOL Esporte

02/07/2012 19h49

A escolha da ESPN Brasil de abrir com "O Salto de Adhemar" a série de filmes Memória do Esporte Olímpico Brasileiro foi das mais acertadas. Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico no salto triplo, é um dos maiores brasileiros da história, não apenas no campo esportivo, e o curta-metragem é uma espécie de grande homenagem ao atleta. Além disso, serve como o primeiro passo para ressuscitar as trajetórias de importantes atletas brasileiros.

Adhemar salta para conquistar o bicampeonato olímpico nos Jogos de Melbourne-1956 - Foto: AP

Adhemar salta para conquistar o bicampeonato olímpico nos Jogos de Melbourne-1956 - Foto: AP

Com direção de Rafael Terpins e Thiago Brandimarte Mendonça e baseado no livro "Herói por Nós", de Tania Maria Siviero, o documentário mostra a trajetória de Adhemar, desde a infância pobre no bairro do Peruche até a sua morte, em 2001.

A narração é feita por Adhemar, em alguns momentos, com auxílio de computação gráfica. A filha Adyel Ferreira da Silva, o neto Diego Menasse, e os atletas Wanda dos Santos e Nelson Prudêncio, medalhista olímpico, além de dirigentes e amigos, também contam a história do atleta.

Todo o filme é permeado por imagens de arquivo, e a narrativa segue a ordem cronológica. Mas, para o espectador que não tem familiaridade com a trajetória do atleta, a história pode parecer meio "jogada". Uma legenda, citando datas, poderia ser a saída.

A maneira como ele se tornou atleta; o gosto pela música (chegou a participar de programas de calouro no fim da adolescência); o modo como inventou a volta olímpica nos Jogos de Helsinque-1952; a coleção de sapatos com os quais competiu; a idolatria de uma fã que batizou um cavalo de linhagem vencedora com o nome "Adhemar" e a venda das medalhas pela filha quando ele morreu são pontos altos da narrativa.

O triste é perceber que a trajetória de vida de Adhemar – e, possivelmente, de todos os outros personagens da sértie de filmes – é algo que passa batido para o grande público. "Se eu não fosse atleta, talvez eu não saberia quem é o Adhemar", diz, no filme, Jefferson Sabino, um dos principais atletas brasileiros na prova. Quem sabe, "O Salto de Adhemar" seja o primeiro passo para que os brasileiros voltem a descobrir um de seus maiores cidadãos.

Serviço
Memória do Esporte Olímpico Brasileiro é fruto da parceria entre a ESPN Brasil, o IPR (Instituto de Políticas Relacionais) e a Petrobras. Serão filmadas séries de filmes até os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

Neste ano, são nove curtas, incluindo "O Salto de Adhemar", além de um longa metragem, "A Última Olimpíada Livre – México 1968", dirigido por Ugo Giorgetti. Cada filme tem cerca de 30 minutos de duração e serão exibidos, inicialmente, até o dia 12 de julho, sempre às 18h, na ESPN Brasil. "A Última Olimpíada Livre – México 1968" estreia no canal no dia 17, à 0h. A Cinemateca vai mostrar a série durante os Jogos Olímpicos de Londres, que também deve ter cópias distribuídas por escolas de todo o país.

Além de Adhemar, a primeira temporada conta ainda com as histórias dos atletas Aída dos Santos e José Telles da Conceição, da nadadora Maria Lenk, do mesa-tenista Cláudio Kano, do vejejador Reinaldo Conrad, do boxeador Servílio de Oliveira, da seleção feminina de em Atlanta-1996, e da equipe brasileira de tiro.

Ricardo Zanei
Do UOL, em São Paulo

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