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Classificação do Corinthians tem sumiço de narração e "cotovelada" de Arnaldo em Cléber

UOL Esporte

21/06/2012 06h00

O Corinthians empatou com o Santos e se classificou pela primeira vez para a final da Libertadores. Na transmissão da Globo, alguns eventos também aconteceram de forma inédita. O som de Cléber Machado desapareceu, e o "Show do Intervalo" realmente trocou o esporte pelo entretenimento, com direito a tossida no ar e canja de ator de Arnaldo Cézar Coelho, com encenação de cotovelada no narrador e criação de candidatos a bordões.

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Se, no jogo de ida, a emissora foi chamada de "corintiana" no Twitter, a preferência parecia ter mudado de lado mesmo antes de a bola rolar: a novela "Avenida Brasil" terminou com "Eu quero tchu, eu quero tcha", da dupla sertaneja João Lucas e Marcelo, música que tem Neymar no clipe e na letra.

"É hora de acompanhar uma noite que está sendo chamada de uma noite para fazer história", disse Cléber, em tom filosófico, na abertura da transmissão. "Vale a pena ser testemunha de uma página da história que vai ser escrita. E o coração? Tá batendo forte, tá batendo acelerado?", perguntou o narrador.

O coração de quem trabalha na Globo deve ter disparado por volta dos 12min do primeiro tempo, quando o áudio de Cléber desapareceu por cerca de 40 segundos. A "narração" ficou a cargo dos gritos da torcida corintiana. "Tivemos um problema com o áudio aqui no Pacaembu, mas já está tudo Ok", disse. Na verdade, mais ou menos: instantes depois, o problema se repetiu com o repórter Abel Neto. "Globo", claro, virou um dos TTs ("Trending Topics", frases mais publicadas) mundiais no Twitter.

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Show de humor no "Show do Intervalo"
Foi no "Show do Intervalo" que veio o momento de maior diversão para os telespectadores. O primeiro bloco foi esportivo, com os melhores momentos de Coritiba x São Paulo, pela Copa do Brasil. O segundo foi, sem querer, dedicado à comédia, começando, inclusive, com uma bela tossida antes de Cléber anunciar os principais lances da primeira etapa no Pacaembu.

Mas foi na discussão da polêmica – foi ou não cotovelada de Alan Kardec em Ralf no início do lance do gol santista? – que a transmissão chegou ao ápice. Arnaldo, que já havia dito que o atacante não teve intenção de acertar o rival, resolveu encenar como seria uma cotovelada "de verdade". "Você não vai me usar como exemplo para a cotovelada, né, Arnaldo?", perguntou Cléber. Claro que foi isso que o comentarista fez.

"Se fosse uma cotovelada, seria assim", mostrou Arnaldo, fazendo o teatrinho e dando a cotovelada de mentirinha. O comentarista emendou uma frase que pode entrar para o seu rol de bordões. "Futebol é contato físico. Não quer contato físico? Vai para o vôlei, que o adversário fica do outro lado da quadra", completou. Regra clara para Arnaldo.

Depois de um silêncio – ou seria pausa dramática? -, veio outro candidato a bordão: "Obrigado, Arnaldo, satisfação". Bastou isso para que os termos "Arnaldo" e "Cléber Machado" chegassem, em instantes, aos TTs dos internautas de todo o mundo.

Fim de jogo, e o sonho corintiano de conquistar o título inédito da Libertadores continua vivo. "A final da Libertadores é realidade", disse Cléber. Para o torcedor, é contagem regressiva e, por falar em bordão, faltam só mais dois "bola em jogo pra você ligado na Globo".

Ricardo Zanei
Do UOL, em São Paulo

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