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Casagrande critica recuo desnecessário e "mania de ganhar por 1 a 0" do Corinthians

UOL Esporte

10/05/2012 06h00

Ricardo Zanei, em São Paulo


Foto: Leonardo Soares/UOL

O futebol pode ser uma caixinha de surpresas, mas não quando o assunto é Corinthians na Libertadores e Casagrande. Se o time não chega a empolgar com apresentações brilhantes, o comentarista da Globo vem renovando as críticas aos comandados de Tite a cada partida. Os riscos decorrentes de um recuo descenessário e a dificuldade em "matar o jogo" foram os temas da vitória por 3 a 0 sobre o Emelec, resultado que garantiu a equipe alvinegra nas quartas de final da competição.

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A tensão flertou com a transmissão desde o início. "Pacaembu em festa e em clima de 'o que vai acontecer?"', disse o narrador Cléber Machado, antes de o apito inicial. Os avisos foram dados também no começo no duelo. Caio Ribeiro chamou a atenção sobre os perigos de os corintianos "entrarem na pilha". Já para Casagrande, o time não podia criar uma guerra. "Não pode fazer faltas, deixar o clima tenso e perder a cabeça, porque é isso que o Emelec quer."

O ex-jogador do Corinthians disse que o gol aos 7min foi "melhor, impossível". Mas, se por um lado, o lance deu tranquilidade, por outro, fez com que a equipe recuasse, graças às insistentes jogadas de Valencia pela direita do ataque equatoriano. E foi aí que as críticas de Casagrande começaram. "Ele [Valencia] faz sempre a mesma jogada, sai pelo lado do campo e joga chuveirinho na área. Não há necessidade de o Corinthians, jogando em casa e ganhando por 1 a 0, recuar todinho para marcar uma única jogada. A jogada é boa, mas é previsível."

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Mesmo recuado, o Corinthians seguia criando boas chances de gol. Na melhor delas, aos 41min, Paulinho acertou a trave. "Tem que matar o jogo, né? Precisa vencer a partida e já perdeu umas três ou quatro chances frente a frente com o goleiro. Eu já vi esse filme muitas vezes aí", afirmou Casagrande.

Fim de primeiro tempo, e novas críticas. "O Emelec, na minha opinião, foi mais regular em campo, levou um sufoco no começo, mas depois se recuperou e soube administrar. O Corinthians teve picos, teve momentos muito bons em que dominou o jogo e momentos em que foi completamente dominado. Achei que não havia necessidade daquele recuo todo."

O Emelec veio para cima na segunda etapa, e Casagrande relembrou o histórico corintiano de vitórias por 1 a 0 em 2012. "Pelo começo do jogo, o Corinthians tinha que estar melhor, pressionando. É o que a gente vem falando desde o início da Libertadores, que essa mania do Corinthians de vencer por 1 a 0 e recuar ia ser complicado nessa fase da Libertadores."

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Paulinho fez 2 a 0, e Casagrande explicou o motivo de suas críticas à postura da equipe. É simples: a equipe tem que traduzir o domínio em gols. No plural. "O Corinthians não aprendeu a matar o jogo. Um time que sonha em ganhar a Libertadores, que tem isso como grande objetivo, tem que matar o jogo. Fez o segundo gol, agora baixa a bola, dá uma ducha d'água fria, o Emelec tem que fazer dois gols e não tomar nenhum para se classificar. Matar o jogo é isso."

Assim, na lógica de Casagrande, o Corinthians já havia matado o jogo, mas ainda fez o terceiro e selou a vaga. "Não tem mais o fantasma das oitavas. Não tem mais sufoco, não tem mais apreensão, daqui para o fim do jogo vai ser comemorar a passagem para as quartas", narrou Cléber, enquanto Alex fazia a festa com a torcida no Pacaembu.

Na próxima semana, o Corinthians abre seu duelo com o Vasco por um lugar nas semis. Até o final, os momentos de tensão, de apreensão e de pressão tendem a aumentar. Para Casagrande, é também a hora de fazer gols e, claro, acabar com essa "mania de ganhar por 1 a 0". Ou melhor, disso, o time de Tite passou da hora.

 
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