Telespectador sem HD perde até um terço da imagem em competições internacionais

Crédito: Arte UOL

O telespectador mais atento talvez já tenha reparado que em determinados momentos de uma transmissão esportiva, a bola "some" do quadro de sua televisão. O fato acontece especialmente durante competições internacionais e tem origem na incompatibilidade entre as transmissões em HD e a recepção dos televisores standart, o mais comum nas residências brasileiras.

O problema está na diferença de proporção entre os dois formatos. Enquanto a geração de imagens em HD oferece uma proporção de 16×9, mais "retangular", a tevê comum obedece a uma proporção em 4×3, que tende mais para um quadrado. Para ajustar essa diferença, os canais suprimem as laterais da imagem, acarretando na perda de cerca de um terço da imagem em um televisor convencional.

Televisões em HD já são amplamente difundidas na Europa e nos Estados Unidos. Por lá, a geração das imagens das competições locais já é feita na proporção retangular (16×9). O problema surge justamente quando estas imagens precisam ser transmitidas no Brasil e são cortadas para se ajustarem à proporção mais quadrada da maioria dos televisores locais.

Veja a comparação entre os dois formatos no amistoso da seleção brasileira contra Alemanha. A partida foi realizada em Nuremberg e as imagens geradas em HD.

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Este "corte" é usado pela maioria dos canais que transmitem competições internacionais. "Campeonatos inglês, espanhol, alemão, Liga dos Campeões, todos são gerados na proporção 16×9, em HD. Na Europa eles nem sabem mais o que é o formato 3×4″, explica Victor Hannoun, diretor de operações da ESPN, que exibe estes campeonatos.

Algumas soluções tentam resolver a questão, mas acabam acarretando perdas para o telespectador. A estrategia mais usada é "cortar" as laterais da imagem retangular do HD para que se encaixe na proporção "quadrada" do televisor comum. Este tipo de corte, chamado pillarbox, faz com que o telespectador perca o equivalente a um terço do que é exibido em sua tevê, o que explica o tal "sumiço" da bola durante os jogos internacionais.

A outra opção é reduzir o tamanho da imagem que vem do exterior até encaixá-la nas laterais. O espaço no topo e abaixo é preenchido com barras pretas, o chamado letterbox. Dessa forma, a imagem em 16×9 é vista na íntegra na TV comum, mas por outro é exibida tamanho menor.

No Brasil já existem transmissões em HD no formato retangular (16×9). Porém, ciente do predomínio dos televisores comuns (3×4), existe um cuidado para que a parte central da tela contenha a informação mais importante (o placar, gráficos de substituições e, claro, a bola). Dessa forma, o telespectador que não tem tevê HD acompanha a partida sem perder o que de mais importante acontece no campo. Ou seja, pelo menos no Campeonato Brasileiro, não teremos sumiço da bola nas laterais do televisor.