Versões regionais consolidam padrão-Leifert no Globo Esporte
Por Marcos Jorge
Há quem torça o nariz para o novo formato, mas pelo que se pode ver pelas edições regionais do Globo Esporte que estrearam na semana passada em seis diferentes estados, o modelo bem-sucedido disseminado pelo jornalista Tiago Leifert em São Paulo, com aposta em abordagens mais pop, conquistou a emissora e está se consolidando pelo Brasil afora.
No último dia 16, seis estados ganharam versões integralmente locais de um dos principais programas esportivos da rede Globo. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Ceará e Pernambuco ganharam 30 minutos de programação regional, algo que já era feito em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Anteriormente, somente um terço do programa era dedicado exclusivamente aos conteúdos locais.
A escolha da data foi estratégica. As estreias coincidiram com as finais dos torneios estaduais, recheando os programas de conteúdo local. As competições pelo Brasil também foram assunto, mas com bem menos minutos de destaque em cada programa.
Crédito: Robson Ventura /Folha Imagem
Observando a estreias dos GEs regionais, é possível notar referências do formato dinâmico e bem humorado da edição paulistana idealizada por Tiago Leifert, em modelo focado no entretenimento que também emplacou há algum tempo na versão nacional do programa, baseada no Rio. Nada daquele velho formato com jornalistas sentados atrás da mesa: os apresentadores, sem exceção, tocam o programa de pé. Em algumas edições, como a do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Bahia, um casal de anfitriões permite uma dinâmica semelhante à da edição paulistana. Destaque para a bela Alice Bastos Neves, que apresenta a versão gaúcha ao lado de Paulo Brito.
Outros que se arriscam a apresentar o programa sozinhos, como Jasson Goulart (PR) e Juliana Maggi (PE), não conseguem manter a mesma agilidade de seus semelhantes.
Da esquerda para a direita: GE-Bahia, GE-Santa Catarina e GE-Rio Grande do Sul. Crédito: Reprodução
As cores vivas do estúdio também parecem seguir um padrão, com exceção da edição pernambucana, que fugiu da padronização dos tons degradê e dos elementos modernos para manter uma aparência mais conservadora, com tons azuis e brancos mais chapados. Além de ser a única versão a exibir o mapa de seu estado, Pernambuco.
Menus interativos em monitores touchscreen também parecem ser exclusividade do eixo RJ-SP. O mesmo serve para as edições recortadas e a presença de vinhetas, uma característica mais publicitária que jornalística. Da mesma forma, o conteúdo das matérias nas versões pelo país continua seguindo mais o padrão jornalístico que do entretenimento. Repórteres-personagens e autorreferências, uma constante nas edições paulistanas, são recursos raros: o foco ainda está sobre os atletas e os feitos esportivos.
Personagens jocosos como o zagueiro Domingos ou Nei Paraíba também não são recorrentes nas novas edições do GE, embora algumas experiências já apareçam. No dia seguinte ao título do Bahia de Feira, o GE-BA destacou com bom-humor a história do personagem Alysson, lateral da equipe que vai aos treinos montado a cavalo.
O programa inaugural em Santa Catarina acertou ao fazer uma retrospectiva dos últimos anos, destacando as principais conquistas dos times do estado, além de exibir cenas da infância do ídolo local, Gustavo Kuerten, que faz uma "participação especial" na estreia, desejando boa sorte à nova edição.
Da esquerda para direita: GE-Recife e GE-Paraná. Crédito: Reprodução
O trunfo, contudo, é valorizar as notícias regionais e dar espaço para outras modalidades além do futebol. No Paraná, o campeonato estadual de handebol ganhou alguns minutinhos no programa vespertino, bem como a presença da série B do Campeonato Gaúcho, que também foi celebrada.
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